A maior parte das pessoas precisa de oito horas de sono para descansar e ter um bom dia, mas cientistas descobriram uma mãe e uma filha que naturalmente dormem apenas seis horas, sem sentir a menor falta de mais horas na cama.
Registros mostram que as mulheres, entre 44 e 69 anos, são naturalmente assim: vão dormir às dez da noite e levantam às quatro da manhã por um grande período da vida. Além de dormirem pouco, elas têm vidas agitadas: a mãe faz viagens internacionais frequentemente e dança três ou quatro vezes por semana. ”Elas realmente necessitam dormir menos”, afirma a pesquisadora Ying-Hui Fu, professora de neurologia da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
Mito ou realidade: Temperaturas mais baixas ajudam a dormir melhor
Na verdade, as duas têm programações genéticas para ter esse sono abreviado. Ambas têm uma mutação genética no gene DEC2, que tem um papel no estilo do sono da pessoa e contribui na definição de quanto sono realmente precisamos. Cientistas acreditam que o sono é controlado por ao menos dois processos, o ritmo circadiano, que diz que hora devemos dormir e quando acordar, e o processo homeostático, que regula o tempo que precisamos dormir.
Embora a equipe de Fu não saiba quantas pessoas têm a mesma mutação genética, ela afirma que é provavelmente algo raro, já que os cientistas não encontraram nenhuma outra pessoa com a mesma mutação em uma amostra de 250 pessoas. Para entender como a mutação afeta o sono, os pesquisadores adicionaram o gene a ratos, que ficaram com uma ou duas cópias do DEC2.
Comparados com ratos normais, aqueles com um gene mutante dormiram aproximadamente uma hora a menos, e os com dois genes mutantes dormiram até duas horas e meia a menos. O rato mutante também se recuperou mais rapidamente da falta de sono.
Os pesquisadores acreditam que as descobertas podem ajudar no tratamento de pessoas com problemas de sono. O próximo passo, segundo Fu, é descobrir outros genes relacionados à homeostase do sono. “Isso nos dá uma ideia de que há um gene regulando o nosso sono”, afirma Fu. “Depois de descobrir vários genes, podemos entender melhor como o mecanismo da homeostase funciona, e como nosso corpo regula o nosso sono”. [Live Science]